sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Patrono Cadeira nº 01

Luiz Carlos Costa

EMINENTE EX-GRÃO-MESTRE DA M.:R.:GR.:LOJ.:MAÇ.: DO ESTADO DO RGS
O patrono Luiz Carlos Costa, nosso Irmão, nasceu em 03 de abril de 1929 em Santana do Livramento-RS e passou ao Oriente Eterno em 18 de abril de 1.993. 
Durante sua existência, sua atividade profissional foi a de Policial Civil, tendo, porém, desempenhado importante papel no meio jornalístico do Estado do Rio Grande do Sul, uma vez que, durante bom tempo participou do editorial do Jornal Correio do Povo e também escrevia amiúde para a Folha da Tarde. Ambos jornais pertenceram à antiga Cia Jornalística Caldas Júnior de Breno Caldas.
VIDA PROFANA
Como já foi mencionado acima, Luiz Carlos Costa atuou ativamente na Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul, onde ingressou como Escrivão. Neste período, desempenhou suas funções essencialmente como Diretor do Departamento de Diversões Públicas, tendo exercido também o cargo de Chefe de Gabinete do Deputado Estadual Poty Medeiros.
Posteriormente, havendo concluído o Curso de Direito, prestou concurso para Delegado e foi então promovido a Diretor da Divisão de Delitos de Trânsito, onde se manteve até o final de sua carreira.
No âmbito familiar, foi casado com Celina Aguirre Costa, com quem teve uma filha, Denise, que veio a casar-se com nosso também Irmão Ivan Ceroni, Ex-Venerável Mestre da CBGRBARLS LUZ E ORDEM 09, que hoje encontra-se adormecido.
Voltando à esfera jornalística, estivemos pesquisando junto à Cia. Jornalística Caldas Júnior objetivando encontrar algum material escrito pelo Irmão Luiz Carlos Costa. Mesmo contando com a ajuda do Chefe de Arquivo,Sr. Valter Galvani, não foi possível localizar nada, e, deduzimos, por consequência, que muito provavelmente, devido ao período dos governos militares, que se encontrava em curso, os editoriais eram apócrifos, assim como muitos se mantém até hoje. Com a ajuda de alguns amigos, conseguimos estabelecer contato com a atual Chefe de Redação do Correio do Povo, Sra. Jurema Josefa, que nos relatou que trabalhou lado a lado com o Ir.: Luiz Carlos, tendo em vista que na época ele era editor da Equipe Nacional da Folha da Tarde. Acrescentou que era uma pessoa muito interessante e afável no trato. Por outro lado, nos contatos mantidos com os familiares, as buscas se mostraram infrutíferas, em razão de que seu genro, nosso Irmão Ivan, nos relatou que não encontraram junto aos seus antigos papéis, nenhum material escrito, tanto do seu período de jornalista como dos trabalhos maçônicos.

VIDA MAÇÔNICA
Luiz Carlos Costa foi iniciado em 04 de abril de 1.972. Estranhamente seu Cadastro na GLMERGS especifica que em 29 de janeiro de 1.972 havia sido nomeado redator de “ O Vigilante “. Foi elevado em 26 de dezembro de l.972 e exaltado em 12 de março de 1.973, tendo adotado o nome simbólico de Guatimozin. Foi instalado como Venerável Mestre da CBGRBARLS Luz e Ordem 09 em 18 de maio de 1.976. Em 20 de agosto de 1.978 foi nomeado Primeiro Grande Vigilante da GLMERGS. Em 30 de abril de 1.984 foi nomeado Deputado do Grão-Mestre em substituição ao Respeitab.: Ir.: Longuinho Marques da Costa. Em 15 de julho de 1.984 foi proclamado eleito Grão-Mestre para o período de 1.984/1.987. Em 05 de junho de 1.987 foi reeleito para o triênio 1.987/1990.
Chama especialmente a atenção o fato de que em um curto espaço de tempo de vida maçônica ( doze anos ), entre sua iniciação e sua eleição, o eminente Ir.: Luiz Carlos Costa, alcançou o Grão-Mestrado. Sua trajetória maçônica durou aproximadamente 21 anos, tendo em vista sua passagem para o Oriente Eterno em abril de 1.993.
É digna de nota também sua precocidade, pois com apenas 4 anos de Ordem, já assumia o Veneralato em sua Loja Simbólica.
Outrossim, durante sua caminhada, foi distinguido com inúmeras honrarias maçônicas, entre as quais destacamos:
* Diploma e medalha de Honra ao Mérito GLMEMG
* Diploma de Membro Honorário Grande Loja do Uruguay
* Diplomas de Membro Honorário das Lojas:
- Rocha Negra 01
- Cidade de Porto Alegre 47
- Rio Branco III 24
- Sabedoria e Prudência 78
- Eureka 27
- Fonte da Luz 48
- Concordia et Humanitas 56
- Sabedoria, Força e Beleza 93
* Comenda Lafayete Teixeira França GL de Goiás
* Comenda Jubileu de Prata GL de Brasília
* Medalha Mérito Maçônico GLMESC
* Medalha do Bicentenário da Inconfidência Mineira GLMEMG
* Comenda “ Cruz de Anhanguera “ GL Goiás
* Comenda Mérito da Fraternidade GLMEMS
* Diploma Aniversário GL Estado do Amapá
* Medalha Mérito Maçônico GLESP
* Medalha “ Caxias do Sul “ Pref. De Caxias do Sul-RS
* Comenda Jubileu de Prata GL do Pará

Cabe ressaltar que buscando tecer ao menos um perfil mais aproximado do Patrono, fizemos alguns contatos com IIr.: que conviveram proximamente com o Irmão Luiz Carlos Costa, entre os quais destacamos principalmente o Eminente Ex-Grão-Mestre da GLMERGS, Respeitab.: Ir.: Pedro Manoel Ramos, e, ainda os IIr.: Silvio Luiz Pedroso Machado da Cinq.Ben.ARLS Electra 21 e David da Cruz Figueiredo da CBGRBARLS Luz e Ordem 09. Todos foram unânimes em realçar como uma das maiores características do Irmão Luiz Carlos Costa sua fina educação e amabilidade. O Irmão David, provável futuro Venerável da CBGRBARLS Luz e Ordem, se prontificou e tentou encontrar algum material em sua Loja Simbólica. Localizou a pasta, no entanto, a mesma se encontrava vazia. Por outro lado, buscando subsídios juntamente com nosso Irmão M.: I.: Francisco Blanco, responsável atual pelo acervo da Biblioteca de nossa Grande Loja, encontramos alguns poucos exemplares da Revista “ O Vigilante “ datados de junho e dezembro de 1.986 e de Julho de 1987. Todos os demais materiais encontram-se lastimavelmente recolhidos e depositados de forma desordenada no “Arquivo Morto “ que situa-se entre o telhado e o último pavimento da área nova da GL. Desnecessário frisar que encontrar algum dado que se prestasse para esta pequena pesquisa naquelas condições, seria uma tarefa hercúlea e infrutífera. Assim sendo, como não foi possível localizar na Secretaria da Grande Loja, na Secretaria da Loja Simbólica e na Biblioteca algum material adicional que enriquecesse mais este trabalho, tivemos que nos contentar com o pouco que localizamos. Pretendíamos haver encontrado os discursos de posse ou outros pronunciamentos relevantes. Porém, nos deparamos tão somente com o material já mencionado. Passamos a transcrever abaixo, parte do conteúdo localizado nestas edições do “Vigilante”, que tinha o Irmão Luiz Carlos Costa, mesmo Grão-Mestre eleito, como responsável por toda sua edição. Na época, o Vigilante continha em sua capa um editorial intitulado “Palavra de Ordem”,e, através do mesmo o Grão – Mestre se dirigia à Jurisdição. No exemplar de 30 de Julho de 1.987, o referido Grão-Mestre assim se pronunciava:
- “ Encerrado o processo eleitoral, convoco o povo maçônico da Jurisdição, a continuarmos aplicando em nossas oficinas o cinzel na pedra bruta, como mandam nossos Rituais, para a transformarmos em polida que é o grande objetivo da Sublime Instituição e que, infelizmente, às vezes, não é entendido por aqueles que não tem ainda a humildade e a modéstia para serem assíduos nas Colunas...há muito o que fazer no aperfeiçoamento do ser humano para que possamos cada vez mais melhorar o trabalho na fraternidade e na solidariedade, sem o que teremos dificuldade de desempenhar nossos deveres na sociedade profana como cidadãos compromissados com a liberdade, a democracia, a justiça social e o progresso.”
Na tiragem de 15 de dezembro de 1.986, assim se expressou e se posicionou o Sereníssimo Grão-Mestre Luiz Carlos Costa:
- “ Nas reflexões de fim de ano, tomemos, pois, consciência de que a maçonaria não está debruçada sobre o seu passado; ao contrário, está atuante realisticamente numa sociedade do Terceiro Mundo, onde não se medem as pessoas pelos dólares que possuam, mas pelo templo interior que consigam erguer. Quem visitar as Lojas jurisdicionadas sem pressa, constatará obras comunitárias importantes que tem o apoio da Instituição. Com a mão direita dando sem que a esquerda veja, como ensina nossa Ordem.”
Na capa do Vigilante de 30 de junho de 1.986, o Respeitab.: Ir.: Luiz Carlos Costa teceu os seguintes comentários:
- “ Nesta mensagem estou falando em temas importantes da sociedade profana, e, nós maçons, não podemos nos omitir. Devemos assumir nossas responsabilidades na comunidade, buscando nela aplicar os ensinamentos adquiridos no trabalho da Arte Real. O Maçom, todos o sabemos, deve se destacar como modelo no trabalho, como chefe de família, enfim, como cidadão. Vamos cada um de nós ocupar nosso lugar na sociedade participando do mutirão nacional para construir o novo Brasil, com melhor distribuição de renda, fazendo a transformação social que todos almejamos.”
Ultimando estas contribuições redigidas pelo saudoso Irmão, queremos transcrever um pequeno trabalho seu, publicado também no Vigilante de 30 de junho de 1.986, quando, na ocasião, valeu-se de seu nome simbólico Guatimozin, sob o título de “Periscópio”:
- “ É comum ouvir-se em algumas Lojas Simbólicas manifestações de perplexidade ou desconformidade com o que classificam de imobilismo. Entendem estes obreiros que vivemos somente da memória do passado... Ora, aqueles poucos que insistem nessa ótica sobre a nossa Instituição, estão esquecidos de que a maçonaria só procura aperfeiçoar os obreiros para que possam, na sociedade profana, agir de acordo com os nossos princípios e filosofia. Se não encontramos hoje em nossas colunas tantas figuras como aquelas que participaram ativamente na história do País, talvez seja porque não trazemos as lideranças de hoje. É preciso tomarmos consciência sobre a importância da proposição, Sindicância e Iniciação dos candidatos. Devemos ter isenção de sentimentos na escolha dos candidatos, rigor nas sindicâncias e seriedade na Iniciação. Isso tudo, bem como o conhecimento das Leis Básicas, fortalece a Arte Real.”

Finalmente, queremos destacar que, não obstante toda esta dificuldade encontrada na busca de algum material escrito pelo nosso Patrono em questão, torna-se evidente através das múltiplas funções desempenhadas, e, em decorrência dos materiais e depoimentos colhidos, que se tratava o Irmão Luiz Carlos Costa de uma pessoa de bom nível cultural e com acentuada erudição para a época. Mesmo que tenhamos encontrado paupérrimas provas materiais, nos arriscamos a afirmar que se tratava de um Irmão que, mesmo no meio profano, foi sempre o exemplo como compete a nós maçons , e, principalmente, soube elevar e fazer respeitar a Ordem no seio de nossa sociedade. No nosso modesto entender, revela-se muita merecida sua indicação para ser o Patrono de uma das cadeiras desta Academia, tendo em vista que, para ser titular de um editorial do mais importante jornal de nosso Estado naqueles tempos, com toda certeza, deveria ser muita grande sua capacidade de escrita e redação.

Oriente de Porto Alegre, 19 de outubro de 2013 E.:V.:

Apresentação:
CELOMAR WALTER SCHWALM –M.: I.:
A.:R.:L.:S.: VERITAS 220

ACADÊMICO DA CADEIRA 01

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