Luiz Carlos Costa
EMINENTE EX-GRÃO-MESTRE DA M.:R.:GR.:LOJ.:MAÇ.:
DO ESTADO DO RGS
O patrono Luiz Carlos Costa, nosso
Irmão, nasceu em 03 de abril de 1929 em Santana do Livramento-RS e passou ao
Oriente Eterno em 18 de abril de 1.993.
Durante sua existência, sua atividade
profissional foi a de Policial Civil, tendo, porém, desempenhado importante
papel no meio jornalístico do Estado do Rio Grande do Sul, uma vez que, durante
bom tempo participou do editorial do Jornal Correio do Povo e também escrevia
amiúde para a Folha da Tarde. Ambos jornais pertenceram à antiga Cia
Jornalística Caldas Júnior de Breno Caldas.
VIDA PROFANA
Como já foi mencionado acima, Luiz
Carlos Costa atuou ativamente na Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul,
onde ingressou como Escrivão. Neste período, desempenhou suas funções
essencialmente como Diretor do Departamento de Diversões Públicas, tendo
exercido também o cargo de Chefe de Gabinete do Deputado Estadual Poty
Medeiros.
Posteriormente, havendo concluído o
Curso de Direito, prestou concurso para Delegado e foi então promovido a
Diretor da Divisão de Delitos de Trânsito, onde se manteve até o final de sua
carreira.
No âmbito familiar, foi casado com
Celina Aguirre Costa, com quem teve uma filha, Denise, que veio a casar-se com
nosso também Irmão Ivan Ceroni, Ex-Venerável Mestre da CBGRBARLS LUZ E ORDEM 09,
que hoje encontra-se adormecido.
Voltando à esfera jornalística,
estivemos pesquisando junto à Cia. Jornalística Caldas Júnior objetivando
encontrar algum material escrito pelo Irmão Luiz Carlos Costa. Mesmo contando
com a ajuda do Chefe de Arquivo,Sr. Valter Galvani, não foi possível localizar
nada, e, deduzimos, por consequência, que muito provavelmente, devido ao
período dos governos militares, que se encontrava em curso, os editoriais eram
apócrifos, assim como muitos se mantém até hoje. Com a ajuda de alguns amigos,
conseguimos estabelecer contato com a atual Chefe de Redação do Correio do
Povo, Sra. Jurema Josefa, que nos relatou que trabalhou lado a lado com o Ir.:
Luiz Carlos, tendo em vista que na época ele era editor da Equipe Nacional da
Folha da Tarde. Acrescentou que era uma pessoa muito interessante e afável no
trato. Por outro lado, nos contatos mantidos com os familiares, as buscas se
mostraram infrutíferas, em razão de que seu genro, nosso Irmão Ivan, nos
relatou que não encontraram junto aos seus antigos papéis, nenhum material
escrito, tanto do seu período de jornalista como dos trabalhos maçônicos.
VIDA MAÇÔNICA
Luiz Carlos Costa foi iniciado em 04 de
abril de 1.972. Estranhamente seu Cadastro na GLMERGS especifica que em 29 de
janeiro de 1.972 havia sido nomeado redator de “ O Vigilante “. Foi elevado em
26 de dezembro de l.972 e exaltado em 12 de março de 1.973, tendo adotado o
nome simbólico de Guatimozin. Foi instalado como Venerável Mestre da CBGRBARLS
Luz e Ordem 09 em 18 de maio de 1.976. Em 20 de agosto de 1.978 foi nomeado
Primeiro Grande Vigilante da GLMERGS. Em 30 de abril de 1.984 foi nomeado
Deputado do Grão-Mestre em substituição ao Respeitab.: Ir.: Longuinho Marques
da Costa. Em 15 de julho de 1.984 foi proclamado eleito Grão-Mestre para o
período de 1.984/1.987. Em 05 de junho de 1.987 foi reeleito para o triênio
1.987/1990.
Chama especialmente a atenção o fato de
que em um curto espaço de tempo de vida maçônica ( doze anos ), entre sua
iniciação e sua eleição, o eminente Ir.: Luiz Carlos Costa, alcançou o
Grão-Mestrado. Sua trajetória maçônica durou aproximadamente 21 anos, tendo em
vista sua passagem para o Oriente Eterno em abril de 1.993.
É digna de nota também sua precocidade,
pois com apenas 4 anos de Ordem, já assumia o Veneralato em sua Loja Simbólica.
Outrossim, durante sua caminhada, foi
distinguido com inúmeras honrarias maçônicas, entre as quais destacamos:
* Diploma e medalha de Honra ao Mérito
GLMEMG
* Diploma de Membro Honorário Grande
Loja do Uruguay
* Diplomas de Membro Honorário das
Lojas:
- Rocha Negra 01
- Cidade de Porto Alegre 47
- Rio Branco III 24
- Sabedoria e Prudência 78
- Eureka 27
- Fonte da Luz 48
- Concordia et Humanitas 56
- Sabedoria, Força e Beleza 93
* Comenda Lafayete Teixeira França GL de
Goiás
* Comenda Jubileu de Prata GL de
Brasília
* Medalha Mérito Maçônico GLMESC
* Medalha do Bicentenário da
Inconfidência Mineira GLMEMG
* Comenda “ Cruz de Anhanguera “ GL
Goiás
* Comenda Mérito da Fraternidade GLMEMS
* Diploma Aniversário GL Estado do Amapá
* Medalha Mérito Maçônico GLESP
* Medalha “ Caxias do Sul “ Pref. De
Caxias do Sul-RS
* Comenda Jubileu de Prata GL do Pará
Cabe ressaltar que buscando tecer ao
menos um perfil mais aproximado do Patrono, fizemos alguns contatos com IIr.:
que conviveram proximamente com o Irmão Luiz Carlos Costa, entre os quais
destacamos principalmente o Eminente Ex-Grão-Mestre da GLMERGS, Respeitab.:
Ir.: Pedro Manoel Ramos, e, ainda os IIr.: Silvio Luiz Pedroso Machado da Cinq.Ben.ARLS
Electra 21 e David da Cruz Figueiredo da CBGRBARLS Luz e Ordem 09. Todos foram
unânimes em realçar como uma das maiores características do Irmão Luiz Carlos
Costa sua fina educação e amabilidade. O Irmão David, provável futuro Venerável
da CBGRBARLS Luz e Ordem, se prontificou e tentou encontrar algum material em
sua Loja Simbólica. Localizou a pasta, no entanto, a mesma se encontrava vazia.
Por outro lado, buscando subsídios juntamente com nosso Irmão M.: I.: Francisco
Blanco, responsável atual pelo acervo da Biblioteca de nossa Grande Loja,
encontramos alguns poucos exemplares da Revista “ O Vigilante “ datados de
junho e dezembro de 1.986 e de Julho de 1987. Todos os demais materiais
encontram-se lastimavelmente recolhidos e depositados de forma desordenada no
“Arquivo Morto “ que situa-se entre o telhado e o último pavimento da área nova
da GL. Desnecessário frisar que encontrar algum dado que se prestasse para esta
pequena pesquisa naquelas condições, seria uma tarefa hercúlea e infrutífera.
Assim sendo, como não foi possível localizar na Secretaria da Grande Loja, na
Secretaria da Loja Simbólica e na Biblioteca algum material adicional que
enriquecesse mais este trabalho, tivemos que nos contentar com o pouco que
localizamos. Pretendíamos haver encontrado os discursos de posse ou outros
pronunciamentos relevantes. Porém, nos deparamos tão somente com o material já
mencionado. Passamos a transcrever abaixo, parte do conteúdo localizado nestas
edições do “Vigilante”, que tinha o Irmão Luiz Carlos Costa, mesmo Grão-Mestre
eleito, como responsável por toda sua edição. Na época, o Vigilante continha em
sua capa um editorial intitulado “Palavra de Ordem”,e, através do mesmo o Grão
– Mestre se dirigia à Jurisdição. No exemplar de 30 de Julho de 1.987, o
referido Grão-Mestre assim se pronunciava:
- “ Encerrado o processo eleitoral,
convoco o povo maçônico da Jurisdição, a continuarmos aplicando em nossas
oficinas o cinzel na pedra bruta, como mandam nossos Rituais, para a
transformarmos em polida que é o grande objetivo da Sublime Instituição e que,
infelizmente, às vezes, não é entendido por aqueles que não tem ainda a
humildade e a modéstia para serem assíduos nas Colunas...há muito o que fazer
no aperfeiçoamento do ser humano para que possamos cada vez mais melhorar o
trabalho na fraternidade e na solidariedade, sem o que teremos dificuldade de
desempenhar nossos deveres na sociedade profana como cidadãos compromissados
com a liberdade, a democracia, a justiça social e o progresso.”
Na tiragem de 15 de dezembro de 1.986,
assim se expressou e se posicionou o Sereníssimo Grão-Mestre Luiz Carlos Costa:
- “ Nas reflexões de fim de ano,
tomemos, pois, consciência de que a maçonaria não está debruçada sobre o seu
passado; ao contrário, está atuante realisticamente numa sociedade do Terceiro
Mundo, onde não se medem as pessoas pelos dólares que possuam, mas pelo templo
interior que consigam erguer. Quem visitar as Lojas jurisdicionadas sem pressa,
constatará obras comunitárias importantes que tem o apoio da Instituição. Com a
mão direita dando sem que a esquerda veja, como ensina nossa Ordem.”
Na capa do Vigilante de 30 de junho de
1.986, o Respeitab.: Ir.: Luiz Carlos Costa teceu os seguintes comentários:
- “ Nesta mensagem estou falando em
temas importantes da sociedade profana, e, nós maçons, não podemos nos omitir.
Devemos assumir nossas responsabilidades na comunidade, buscando nela aplicar
os ensinamentos adquiridos no trabalho da Arte Real. O Maçom, todos o sabemos,
deve se destacar como modelo no trabalho, como chefe de família, enfim, como
cidadão. Vamos cada um de nós ocupar nosso lugar na sociedade participando do
mutirão nacional para construir o novo Brasil, com melhor distribuição de
renda, fazendo a transformação social que todos almejamos.”
Ultimando estas contribuições redigidas
pelo saudoso Irmão, queremos transcrever um pequeno trabalho seu, publicado
também no Vigilante de 30 de junho de 1.986, quando, na ocasião, valeu-se de
seu nome simbólico Guatimozin, sob o título de “Periscópio”:
- “ É comum ouvir-se em algumas Lojas
Simbólicas manifestações de perplexidade ou desconformidade com o que
classificam de imobilismo. Entendem estes obreiros que vivemos somente da
memória do passado... Ora, aqueles poucos que insistem nessa ótica sobre a
nossa Instituição, estão esquecidos de que a maçonaria só procura aperfeiçoar
os obreiros para que possam, na sociedade profana, agir de acordo com os nossos
princípios e filosofia. Se não encontramos hoje em nossas colunas tantas
figuras como aquelas que participaram ativamente na história do País, talvez
seja porque não trazemos as lideranças de hoje. É preciso tomarmos consciência
sobre a importância da proposição, Sindicância e Iniciação dos candidatos.
Devemos ter isenção de sentimentos na escolha dos candidatos, rigor nas
sindicâncias e seriedade na Iniciação. Isso tudo, bem como o conhecimento das
Leis Básicas, fortalece a Arte Real.”
Finalmente, queremos destacar que, não
obstante toda esta dificuldade encontrada na busca de algum material escrito
pelo nosso Patrono em questão, torna-se evidente através das múltiplas funções
desempenhadas, e, em decorrência dos materiais e depoimentos colhidos, que se
tratava o Irmão Luiz Carlos Costa de uma pessoa de bom nível cultural e com
acentuada erudição para a época. Mesmo que tenhamos encontrado paupérrimas
provas materiais, nos arriscamos a afirmar que se tratava de um Irmão que,
mesmo no meio profano, foi sempre o exemplo como compete a nós maçons , e,
principalmente, soube elevar e fazer respeitar a Ordem no seio de nossa sociedade.
No nosso modesto entender, revela-se muita merecida sua indicação para ser o
Patrono de uma das cadeiras desta Academia, tendo em vista que, para ser
titular de um editorial do mais importante jornal de nosso Estado naqueles
tempos, com toda certeza, deveria ser muita grande sua capacidade de escrita e
redação.
Oriente de Porto Alegre, 19 de outubro
de 2013 E.:V.:
Apresentação:
CELOMAR WALTER SCHWALM –M.: I.:
A.:R.:L.:S.: VERITAS 220
ACADÊMICO DA CADEIRA 01
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