Morivalde Calvet Fagundes
Biografia
do poeta pelotense Lobo da Costa, seu tio-avô, e pronuncia em público (1939) sua
primeira conferência, em São Leopoldo, sobre o 51º aniversário da morte de Lobo
da Costa.
Em
1940 ingressa na Escola Militar de Realengo, sendo declarado Aspirante a
Oficial do Serviço de Intendência em 09 de outubro de 1942. Classificado em P.
Alegre, continua aliando armas e letras, pronunciando e escrevendo dezenas de
palestras, conferências e trabalhos. Em 24 de junho de 1943 é promovido a 2º
tenente. Desde jovem portanto, revela-se um homem atento à evolução e aos acontecimentos
da época, sem descuidar dos ensinamentos da história.
O
ano de 1945 é importante para Calvet, pois inicia sua carreira maçônica, na
Loja Bento Gonçalves de P. Alegre, filiada à Grande Loja do Rio Grande do Sul.
Em nove meses já chega à Venerança, e no ano seguinte alcança grau 30. Em 25 de
março do mesmo ano é promovido a 1º tenente. Cinco anos depois, 25 de dezembro
de 1950, foi promovido a Capitão.
Em
1954 surge o seu primeiro livro – Lobo da Costa, Ascensão e Declínio de um
Poeta – homenagem a seu tio-avô.
Na
Maçonaria, ainda em 1954, destaca-se como Grande Orador de sua Grande Loja.
Sua
promoção a Major, em 25 de agosto de 1956, acarreta, no ano seguinte,
transferência para o Rio de Janeiro. Naquela capital filia-se à Loja Maçônica
Luis de Camões.
Seu
segundo livro – Estórias da Figueira Marcada – sobre folclore gaúcho, é lançado
em 1961, com prefácio e anotações do mestre Câmara Cascudo.
No
ano de 1962 galga um degrau importante na carreira militar, ao concluir o Curso
de Chefia de Serviços, na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME –
Praia Vermelha, Rio). Foi promovido a Tenente-Coronel em 25 de agosto de 1963.
Na mesma época é agraciado com a Medalha do Pacificador e com a Medalha Militar
de Ouro (Tempo de Serviço), pelos seus mais de 30 anos de bons serviços
prestados à Pátria e ao Exército.
Em
1965 solicita transferência para a Reserva Remunerada do Exército, alcançando
assim os postos de Coronel e de General de Brigada, simultaneamente, pela
legislação da época.
Na
iniciativa privada revela-se um administrador, lançando, no Círculo dos
Oficiais Intendentesdas Forças Armadas (COIFA), onde exerce funções de Vice-Presidente, o Pecúlio-Pensão, modalidade que
alcança muito boa repercussão em todo o território nacional, aos associados da
COIFA.
Posteriormente,
Calvet alcançaria a posição de Presidente da mesma entidade.
Em
1967 ocupa o cargo de 1º Grande Vigilante da Loja Luís de Camões, filiada à
Grande Loja Maçônica da Guanabara. Dois anos depois é Grande Tesoureiro Adjunto
do Supremo Conselho do Grau 33º e eleito membro efetivo e redator-chefe da
Revista Astréa.
Em
1972, funda a Academia Brasileira Maçônica de Letras, a primeira do gênero no
mundo, congregando intelectuais brasileiros e estrangeiros. A iniciativa do
General Calvet foi extremamente profícua, pois existem hoje mais de 14
academias no Brasil, realizando intercâmbios culturais, congressos
internacionais e publicações de Anais e documentos, inclusive com a
participação e colaboração da Academia Brasileira de Letras. Calvet foi,
também, fundador da Academia Sul-Rio-grandense Maçônica de Letras (Cadeira 1),
sendo atualmente Patrono da referida Academia.
O
seu 3º livro – A Maçonaria e as Forças Secretas da Revolução – que retrata a
participação da Maçonaria na Revolução Farroupilha, é publicado em 1976, com
prefácio do maçonólogo Nicola Aslan.
Em
março de 1981 organizou o 1º Congresso Maçônico Internacional de História e
Geografia, no Rio de Janeiro, reunindo os trabalhos de 12 escritores
estrangeiros e 35 brasileiros, constituindo a maior obra maçônica dos tempos
modernos, com 4 volumes e 1100 páginas.
O
General Calvet faz parte também das seguintes associações literárias e de
classe: Academia Maçônica de Letras, Ordem dos Velhos Jornalistas, Associação
Brasileira de Geografia, Academia Anapolina de Ciências e Letras, Instituto
Histórico e Academia de Letras de Uruguaiana, Clube Militar, Academia
Guanabarina de Letras, Instituto Brasileiro-Peruano Marechal Ramón Costilla,
Instituto Cultural Simon Bolívar Argentino-Brasileiro, Centro de Estudos de
Maçonaria Espanhola, Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul,
Academia de História Militar Terrestre do Brasil e Instituto de História e
Geografia do Rio Grande do Sul.
Foi
diplomado Cidadão do Estado da Guanabara e Benemérito da Cultura, além de Honra
ao Mérito da Grande Loja do Estado do Rio de Janeiro e do Grande Oriente
Independente do Estado do RJ.
Colaborou,
por mais de 50 anos, com os principais jornais do país. Conferencista, ensaísta
e historiador, Calvet Fagundes desenvolveu intensa atividade intelectual, sendo
que seus trabalhos receberam, sempre, louvores da crítica. Por último, publicou
as seguintes obras:
-
Maçonaria, Espírito e Realidade. Rio de Janeiro, Editora Aurora, 1982.
-
A Bandeira do Brasil como Símbolo Sagrado da Pátria. Rio de Janeiro, Editora
Aurora, 1983.
-
História da Revolução Farroupilha. Caxias do Sul, EDUCS, 1984, 2ª ed./1985 e 3ª
ed./1989.
-
Uma Visão Dialética da Maçonaria Brasileira. Rio de Janeiro, Editora Aurora,
1985.
-
Subsídios para a História da Literatura Maçônica Brasileira do Século XIX.
Caxias do Sul, EDUCS, 1989.
-
Rocha Negra, a Legendária. Londrina, Editora A Trolha, 1989.
-
Os Maçons – sua Vida e sua Obra.
-
Dom Pedro I na Intimidade. Porto Alegre, Edições EST, 1994.
-
Peregrinando pelo Rio Grande. Porto Alegre, Edições EST, 1995.
O
General Morivalde Calvet Fagundes faleceu a 23Jun2000, no Rio de Janeiro, onde
residia, motivo pelo qual o Instituto de História e Tradições do Rio Grande do
Sul (IHTRGS) e a Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB) vêm
prestar-lhe esta homenagem como militar, maçom, historiador, escritor,
tradicionalista gaúcho, escritor, conferencista, ensaísta, administrador e, sobretudo,
patriota, na certeza de que o conjunto de sua obra tem e terá sempre
inestimável valor.
CLÁUDIO
MOREIRA BENTO LUIZ ERNANI CAMINHA GIORGIS
Presidente da
AHIMTB/IHTRGS Delegado da AHIMTB/IHTRGS/RS
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